
Meu pai dizia constantemente que eu cheirava mal e me obrigava a tomar banho com o sabonete que ele me dava – até que um dia descobri que não era sabonete.
Papai sempre insistia na mesma coisa: “Você está com um cheiro horrível, vá tomar um banho frio. Aqui está o sabonete – só isso.” Eu seguia suas instruções sem fazer perguntas. A água fria cortava minha pele, e o cheiro daquele pedaço era tão forte que me senti tonta.
A cada dia que passava, eu me sentia pior: fraqueza, pele seca, noites sem dormir… Mamãe permanecia em silêncio. Ela estava sempre em silêncio, o que era estranho – costumávamos compartilhar tudo uma com a outra.

Eu me lavava três vezes ao dia, mas meu pai continuava dizendo que eu ainda cheirava mal.
Uma noite, meu namorado veio me visitar. Eu não aguentei mais e perguntei:
— Diga-me honestamente… eu cheiro mal?
Ele riu, achando que era brincadeira, mas, vendo minha cara séria, disse que não. Finalmente, contei a ele o que estava acontecendo em casa. Momentos depois, ele foi ao banheiro e voltou pálido como uma parede, tremendo, segurando um pedaço de sabonete.
— Quem te deu isso?! — sua voz tremeu.
— Pai… O quê?
Ele segurou a cabeça entre as mãos:

— Isso não é sabão! Por que você se lavou com isso? Isso é… Continua no primeiro comentário
— É usado para tratar e repelir pragas. É um produto industrial, não indicado para uso humano!
O mundo ficou turvo diante dos meus olhos.
— O que você quer dizer?… — as palavras ficaram presas na minha garganta.
Ele girou cuidadosamente o sabonete nas mãos, mostrando a pequena impressão no verso da embalagem.
— Olha. Preto no branco: “Tratamento com pesticidas”. Não é de se espantar que você esteja se sentindo mal.

Afundei-me na beirada da banheira fria, a superfície de azulejos parecendo me puxar para o chão. Meu coração batia tão forte que eu mal conseguia ouvir suas palavras.
Raiva, traição, medo — tudo se misturava dentro de mim em um nó. Por que meu pai me fez usar isso? Por que minha mãe ficou em silêncio?
Meu namorado sentou-se ao meu lado e gentilmente colocou os braços em volta dos meus ombros.
— Vamos consertar isso, ouviu? — disse ele baixinho. — Você nunca mais vai usar isso. Eu vou descobrir tudo.
Mas seu olhar dizia mais do que palavras. Havia preocupação… e algo mais. Ele claramente sabia mais do que dizia.
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