

Há três anos, perdi meu marido, Anthony, no mar aberto.
Ele adorava velejar.

Naquele dia, ele saiu para navegar, como já tinha feito muitas vezes… mas uma tempestade se formou e o levou consigo.
Só encontraram os destroços do barco.
Ele foi dado como desaparecido.
E eu simplesmente desabei.
Eu estava grávida, mas por causa do estresse intenso perdi o bebê.
Fiquei sozinha, destruída, incapaz até de olhar para o mar — só de pensar, dentro de mim havia um vazio enorme.
Por três longos anos, evitei o mar.
Na primavera passada, meu psicólogo sugeriu cuidadosamente que eu voltasse lá.
Não onde tudo aconteceu, mas em outro lugar — apenas para encontrar paz interior.
Comprei uma passagem e fui. Sozinha.
A primeira manhã à beira-mar foi quase insuportável.
Os sons, os cheiros, as lembranças… parecia que eu estava sufocando.
Mas decidi continuar — lentamente, caminhando à beira da água.
E de repente, eu o vi.
Um homem brincava com uma menina pequena.
Sua silhueta, seu jeito de andar… meu coração parou.
Anthony?
Eu vi meu marido… mas ele não se lembrou de mim — então percebi que era hora de deixar ir.
Me aproximei, tremendo.
Ele se virou.
A mesma cara — quase igual.
Mas nos seus olhos não havia nenhum sinal de reconhecimento.
— Meu nome é Drake — disse ele, confuso — não conheço você.
Mais tarde, a companheira dele, Lisa, veio até mim.
Ela contou uma história incrível: o homem foi encontrado desacordado após a tempestade, sem documentos e com amnésia.
Deram a ele o nome “Drake” — foi isso que encontraram entre seus pertences.
A memória nunca voltou.
Lisa, que na época era enfermeira, cuidou dele.
Agora eles têm uma família e uma filha, Maya.
Construíram uma nova vida — sem mim.
No dia seguinte, mostrei a ele nossas fotos, falei do passado, do nosso amor, dos sonhos.
Ele ouviu atentamente, emocionado, mas não reconheceu nada.
A vida dele agora é Lisa e Maya.
E então algo dentro de mim se libertou.
Não era traição.
Era simplesmente a vida — cruel e imprevisível.
Ele não é mais meu Anthony. Ele é Drake.
Um homem feliz e amado.
— Você não me pertence mais — eu disse a ele.
— É hora de recomeçar a viver.
Parti com um sentimento de alívio.
Não tinha mais medo do mar.
Ele não era mais um túmulo.
Era apenas o mar.
E eu estava pronta para receber a vida novamente.
Não a que eu tinha antes.
A minha.
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